As redes sociais fazem parte do nosso dia-a-dia e são um elemento fundamental para o sucesso de qualquer negócio online. Estar presente nas redes sociais permite aumentar a visibilidade da tua marca, e gerar interação em tempo real e proximidade com o teu público. No entanto, não basta que simplesmente existas – é essencial que saibas como criar uma estratégia de redes sociais para a tua marca.
Muitas empreendedoras sabem o que querem partilhar, mas não têm uma estratégia definida, o que, a longo prazo, tem consequências negativas nos seus negócios. Se, por um lado as redes sociais podem transformar as marcas em autoridades e em fenómenos de vendas, por outro lado também podem comprometer a reputação dos negócios quando não existe estratégia.
Por isso, se quiseres efetivamente que as redes tenham um impacto positivo no teu negócio, tens de ter um plano estratégico que faça com que a tua marca tenha uma presença coesa, impactante e que gere valor para o teu público-alvo.
Como criar uma estratégia para as redes sociais da tua marca?
1. Define o público-alvo
É impossível desenvolveres uma estratégia para as tuas redes sociais sem saber a quem se destina o teu produto ou serviço. Traça o perfil do teu cliente ideal com base em género, faixa etária, classe social, interesses, preferências, dores e necessidades. Esta etapa é fundamental, porque por muito valor que os teus produtos e serviços tenham, não vão chamar a atenção de pessoas que não tenham interesse no que estás a vender.
Saber exatamente para quem deves comunicar vai reforçar o teu posicionamento, atrair as pessoas certas e aumentar as tuas vendas. Isto porque as pessoas que chegam à tua marca vão ser aquelas que querem e precisam da solução que tens para lhes oferecer…e mais cedo ou mais tarde, vão comprá-la!
Através do perfil do teu cliente ideal, vais também conseguir adequar o “tom de voz” e a linguagem com que comunicas nos teus conteúdos, o que vai fazer com que o teu público-alvo se identifique com a tua marca. Lembra-te que a decisão de compra é mais motivada por fatores emocionais do que racionais, por isso foca-te em criar ligações e em estabelecer uma relação de confiança com o teu público-alvo.
2. Define objetivos
Definir objetivos é essencial para poderes montar a tua estratégia. Porquê? Simples: tu estás a criar a tua estratégia porque queres atingir determinado objetivo. Se não definires esse objetivo, não vais saber que ações são necessárias para que consigas atingi-lo, logo não serás capaz de montar uma estratégia que as inclua e alcance. Lembra-te, também, que estes objetivos não podem ser definidos de qualquer forma.
Todos os objetivos que defines devem ser SMART, o que traduzido para português, significa que os objetivos devem ser específicos, mesuráveis, alcançáveis, relevantes e orientados no tempo. Na prática, quer dizer que os teus objetivos têm de ser específicos, têm de ter características que te permitam medir os resultados (se conseguiste ou não atingi-los), tangíveis, obviamente pertinentes para ti e para o teu negócio e têm de ter uma data para ser realizados. Por exemplo, aumentar as vendas é algo que toda a gente quer. Mas o que significa aumentar as vendas? Aumentar as vendas em que volume? Aumentar as vendas até quando?
3. Avalia o que cada rede social pode fazer pela tua marca
Coloca a seguinte questão a ti própria: vou usar as redes sociais para quê? Pode parecer uma pergunta banal e óbvia, mas cada escolha que fazes influencia toda a tua estratégia e posicionamento. Os detalhes fazem a diferença e não os deves deixar ao acaso.
Começa por analisar as características e particularidades de cada rede social e escolhe as que forem mais adequadas à divulgação do teu negócio. Deves considerar que cada rede social se destina a públicos-alvo diferentes e que tu própria tens um público-alvo específico. Por isso é essencial saberes em que redes sociais é que o teu público-alvo está e com que tipo de conteúdos se identifica, para que consigas cruzar essa informação e ser assertiva na escolha das redes sociais em que vais apostar.
O Instagram, por exemplo, é direcionado para um público jovem, está pensado para ser usado em smartphone e dá primazia à partilha de fotos e vídeos de efeito “aqui e agora”, enquanto que o Facebook neste momento está mais direcionado para um público a partir dos 35 anos e é uma plataforma em que o texto ainda funciona.
Eu sei que, no mundo ideal, estarias presente em todas as redes sociais. Mas provavelmente nem todas são vantajosas para a tua marca e não tens recursos humanos e financeiros que te permitam estar em todo o lado. Nem é esse o objetivo – porque querer fazer tudo muitas vezes é sinónimo de não fazer nada. Acima de tudo, sê realista, avalia todos os cenários e opta pelos que são melhores para o teu negócio.
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4. Analisa a concorrência
Seja qual for o teu negócio, certamente já existem marcas que oferecem produtos ou serviços semelhantes aos teus. Faz um levantamento das marcas que consideras tuas concorrentes, ou seja, as que vendem os mesmos produtos ou serviços e as que comunicam para o mesmo público-alvo, mesmo que vendam produtos ou serviços diferentes. Analisa em que redes sociais estão presentes, a estrutura dos perfis, os tipos de conteúdo que publicam e quais têm mais impacto, bem como a forma como comunicam e interagem.
Ao acompanhares o trabalho da concorrência, vais recolher insights valiosos e ideias que podes adaptar ao teu negócio. Percebe também o que a concorrência faz menos bem, para não cometeres os mesmos erros. Afinal, não queres fazer igual, mas sim melhor!
Esta análise é preciosa, porque te vai permitir perceber o que deves oferecer ao teu público-alvo e perceber como podes posicionar-te. Vai também permitir-te fazer previsões e estar preparada para as novas tendências do mercado, o que se vai traduzir em diferenciação. E quanto mais a tua marca se diferenciar das restantes, maior vai ser o valor que vais gerar para o teu público-alvo, mais clientes fidelizados vais ter e melhores vendas vais fazer.
5. Cria a identidade da tua marca
A identidade da tua marca, tal como o próprio nome indica, é tudo aquilo que a identifica e que a distingue, quer visualmente, quer ao nível da comunicação verbal.
Começa por escolher a palete de cores da tua marca, em concordância com os valores da mesma. As cores despertam emoções e causam impacto imediato nas pessoas, logo deves escolher aquelas que melhor se adequem ao que queres transmitir. Por exemplo, se tens um negócio direcionado para a saúde mental, não faz sentido escolheres a cor preta para a tua palete, e sim uma cor suave, que transmita otimismo, alegria e confiança.
Depois de teres a tua palete de cores definida, podes começar a criar o teu logotipo e as contas das tuas redes sociais. Dessa forma, todos os elementos visuais vão ser coerentes e a tua marca vai ser facilmente identificada, independentemente da rede social em que te encontrem.
Antes de começares a criar conteúdos, lista todos os pontos fortes da tua marca. Sê específica, pois esta lista vai servir de base para comunicares como é que o teu produto ou serviço vai resolver as necessidades do teu público-alvo. E claro, não te esqueças de comunicar no “tom de voz” e na linguagem que melhor se adequa ao teu público-alvo.
O grande objetivo é que os elementos da identidade da tua marca sejam coesos e transmitam segurança, credibilidade e consistência, incitando assim à compra.
6. Planeia o conteúdo que vais divulgar
Define, para cada rede social, um plano que inclua os melhores dias e horários para publicar e os formatos de conteúdo que funcionam melhor. Apesar da análise à tua concorrência já te dar alguns dados importantes a este respeito, cada negócio é um negócio. E há muitas coisas que só vais perceber quando começares a publicar e a analisar a adesão das pessoas, por isso é muito importante que vás ajustando o teu plano de conteúdos ao longo do tempo.
De seguida e com base no que definiste, cria calendários de conteúdos mensais para cada rede social, nos quais vais planear atempadamente os dias, horas e temas das tuas publicações. Isto permite-te também controlar os conteúdos que já criaste, adicionar inspirações e ter uma visão global do teu planeamento.
Ao criares os calendários de conteúdos, certifica-te de que publicas com regularidade. No caso do Instagram, deves publicar no feed pelo menos 3 vezes por semana (segunda, quarta e sexta, por exemplo) e publicar vários stories ou outros conteúdos de vídeo todos os dias. No entanto, se sentires que não vais conseguir publicar com a frequência que queres, seja por uma questão de tempo ou de falta de boas ideias, opta por reduzir o número de publicações semanal.
Não cumprires os teus objetivos só te vai causar frustração e publicar com frequência não te vai servir de nada se o teu conteúdo não for apelativo para o teu público-alvo. Foca-te na qualidade e não na quantidade!
7. Investe em anúncios
Embora muitas empreendedoras continuem a negligenciar este investimento, a realidade é que os anúncios nas redes sociais ajudam MUITO a melhorar os resultados do teu negócio. Quando anuncias nas redes sociais para um público-alvo bem segmentado, consegues chegar a muitas mais pessoas em menos tempo, o que vai aumentar o teu alcance e as tuas vendas.
Não caias no erro de achares que a tua marca vai crescer como planeaste apenas com tráfego orgânico: não vai acontecer e não faz sentido teres um negócio se não queres investir nele! Todas as grandes marcas investem em publicidade, certo? O que seria delas se não o fizessem? Encara os anúncios como uma vantagem competitiva que te abre portas e que te vai fazer lucrar muito mais. Porque é mesmo assim que funciona!
E não te preocupes, o investimento é flexível. Podes investir o valor que quiseres e quando quiseres, de acordo com as tuas possibilidades financeiras. O ideal é que vás investindo gradualmente e consoante os teus retornos, sem caíres em loucuras. Equilíbrio é tudo!
8. Avalia os resultados
Se não acompanhares e avaliares os resultados da tua estratégia, como vais saber se está a funcionar? Define KPI’s (indicadores-chave de desempenho) que sejam relevantes para os objetivos que queres atingir no teu negócio e recorre a ferramentas de Analytics para interpretares os dados.
Através desta análise, vais perceber o que tens de melhorar e quais deverão ser os teus próximos passos nesse sentido. É a partir daqui que reajustas todos os teus processos, portanto não encares esta etapa como um final e sim como um recomeço.
Exemplos de KPI’s para as redes sociais:
- Taxa de conversão
- Seguidores
- Likes
- Comentários
- Impressões
- Posts guardados
- Menções
- Partilhas
- Avaliações
- Origem de tráfego (orgânico e pago)
Exemplos de ferramentas para análise de dados:
- Google Analytics
- TrueSocial Metrics
- Hootsuite Analytics
- Iconosqaure
- Creator Studio
No entanto e mesmo com os KPI’s bem definidos e análises detalhadas dos teus resultados, vais ter de fazer muitos testes para otimizares os resultados. Foca-te em aprenderes com a prática e sê paciente. Afinal, ter clientes que gerem vendas e que se tornem fiéis à tua marca é um processo minucioso e que leva o seu tempo. Pensa que com determinação e persistência vais conseguir!
Para concluir, é importante que tenhas presente que o mundo das redes sociais está em constante mutação, pelo que deves estar sempre atenta às novas tendências que surgem e incorporá-las na tua estratégia. O ideal é que revejas a tua estratégia com regularidade, nunca com intervalos maiores de 3 meses.
Preparada para revolucionar a estratégia para as redes sociais da tua marca? Não te esqueças de me seguir no Instagram @maepreendedora.pt para mais dicas!